Por que me orgulho do meu País.
Quem, como eu, pisou pela primeira vez numa redação em 1973, já viu (e cobriu) muita crise.
Do suicídio de Allende (Chile) e incêndio do Edifício Joelma (São Paulo) à campanha das Diretas Já e hiperinflação.
Sempre procurei seguir o conselho do maior gênio do jornalismo brasileiro, Claudio Abramo, que já morreu: “a melhor qualidade de um jornalista é a capacidade de se indignar”.
Por natureza e por ofício, estou indignada e tão perplexa quanto você com os fatos da semana.
Durante a noite, muito pensei sobre as surpreendentes prisões de terça (empresário) e quarta (senador e banqueiro). Hoje, foi pra cadeia um advogado.
Poucas vezes senti tanto orgulho do Brasil como agora.
Arrisco dizer: nossa democracia não tem volta.
O modo como o ministro Teori Zavascki conduziu este momento tão grave me pacificou. Ele está há pouco tempo no Supremo. Foi indicado por Dilma Rousseff.
À época de sua nomeação, esteve com ela no Planalto.
Ao final, uma frase: “foi uma conversa republicana”.
Corta pra hoje.
Ver tanto lixo feito com dinheiro do nosso trabalho é repugnante.
Um susto atrás do outro. E também a certeza de que a Lava Jato vai demorar mais do que diz seu nome.
Mas já mudou o País.
O Supremo Tribunal Federal deu exemplos maravilhosos de hombridade no mensalão.
Os votos de sua segunda turma, na quarta-feira, os corroboraram.
Com todos os problemas brasileiros, e também em meio a amizades discutíveis com nações que em nada zelam pela cidadania, o Brasil deu um show.