Quando a gente pensou que não poderia piorar, piorou.
Ao falar em auditoria nos programas sociais e em previsões erradas de arrecadação, o recado de três dos ministros mais importantes do governo Michel Temer, em entrevistas hoje, não foi outro senão o de que as pedaladas fiscais da sra. Dilma Rousseff vão muito além do conhecido.
Em outras palavras: eles já sabem que o rombo nas contas da União é maior do que os 96 ou 100 bilhões de reais admitidos pelo governo anterior.
Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e outros, pelo jeito, estão engargalados por fraudes sabe-se lá de quantos tipos e tamanhos.
Olhando para a metade boa da história: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, cuidadosamente evasivo na vasta maioria das respostas aos jornalistas, foi direto quando perguntado sobre bancos públicos: os presidentes serão “escolha minha”.
Experiente, ressalvou que ouvirá indicações políticas, mas prometeu que as nomeações seguirão critérios técnicos.
Tomara.
O titular do Ministério da Saúde é o deputado Ricardo Barros, do PP do Paraná, que já relatou o orçamento da União na Câmara.
Ele usou praticamente as mesmas palavras de Meirelles e de Romero Jucá, ministro do Planejamento, para mandar o importante recado que, em português claro, é o seguinte: a maquiagem da contabilidade federal esconde buracos bem mais fundos do que aqueles que podíamos imaginar até ontem.
P.S.: Temer pôs um engenheiro na Saúde e um médico na Reforma Agrária, ambos deputados. Deve ser inédito. Para a Advocacia-Geral da União, nomeou um ex-promotor de Justiça especializado em leis de combate à corrupção. Tomara que dê certo.