Caraca, eu errei. Supus que os mercados fossem comemorar o fato de o Congresso, até então rebelado, subitamente mudar de lado. E está acontecendo o contrário.
Bolsas e dólar ainda mais nervosos e/ou pessimistas, logo depois do recorde já batido no câmbio ontem.
Nesta madrugada, ao ver o movimento de suas excelências, a primeira imagem que me veio à cabeça foi a de uma leva de parlamentares partindo da casa desenhada por Oscar Niemeyer como exímia representante do povo, para atravessar a esplanada em direção à rampa do Planalto.
Do dia pra noite, abundaram argumentos opostos a todos os que vinham sendo apresentados até então.
Diziam-se visceralmente contrários ao que, horas depois, defenderiam com forte poder de persuasão perante seus pares.
À frente da mudança, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Os dois, como sabemos, do PMDB.
Como qualquer brasileiro, vi que se tratavam, uma a uma, de medidas que penalizavam o orçamento do eleitor, para cobrir um alegado rombo de um orçamento pelo qual não se zela, para dizer o mínimo.
O dinheiro continua a ser roubado (R$ 200 bilhões por ano, segundo o chefe da força tarefa da Lava Jato no Paraná), afunda o buraco das contas federais, e o povo é chamado a cobri-lo, em meio a um manancial de economês.
A última que ouvi: “não podemos virar uma Grécia; optamos por manter os vetos”.
Agradecemos a informação, excelência!
Mas voltando ao meu ponto. Achei, lá pras 4 da manhã, que as agências de risco gostariam, e que, portanto, bolsas, dólar e demais mercados (juros futuros etc) reagiriam positivamente.
É a lógica a que fui apresentada há 40 e tantos anos.
Pois o dólar mostra fôlego pra subir de novo, e quase 2%. R$ 4,13 agora.
Euro: R$ 4,6 agora, alta de 1,8% no dia, que está praticamente na metade.
Lamento informar, mas não espere encontrar dólar turismo por menos de R$ 4,5 nem euro turismo por menos de R$ 5,00.
E lembre-se que, sobre isso, a gente ainda paga 0,38% de IOF. Se for pra comprar em espécie.
Bolsa: ensaio de recuperação. Queda, mais cedo estava maior, agora ronda perda de 1,5% em relação a ontem.
Fator China atrapalhando de novo.
E juros das pessoas físicas na estratosfera. Rotativo do cartão: 403% em agosto. Estava em pouco menos de 400 em julho.
Está claro quem paga a conta.
Categoria: Pobre dinheiro
56,5 meses de Dilma = dólar 132% mais caro
Caraca, nem eu acreditei. Vi e revi 20 vezes cotações. Fiz e refiz contas. E é isso mesmo.
Quando todas as manchetes se voltam pra quadrilha que destruiu nossas finanças públicas e gerou esse tremendo buraco cuja conta agora nos cobram com “dois milésimos”, o dólar está alto pra caramba.
A sra. Dilma Rousseff conseguiu desmanchar a moeda nacional nestes seus 4 anos, 8 meses e 15 dias de governo.
Há apenas 20 dias, eu, já preocupada com os rumos da inflação, publiquei aqui que o dólar acumulava alta nominal de 117% desde que a presidente assumiu.
Encurtando a história, esqueçam o que escrevi.
A alta hoje já está em 132%. É muita coisa. 6,6% em meras três semanas.
Pobre real. Não bastasse já estar lááá entre os lanterninhas dos emergentes (que também perdem, nas não tão feio), conviveu com um dólar que, descontada a inflação acumulada em 56,5 meses da gestão Dilma, subiu mais de 70%.
O IPCA acumulado e janeiro de 2011 a agosto de 2015 está em 35,7%. O aumento nominal do dólar, em 132%, e o aumento real (sem a inflação), em 70% (se quiserem, 70,8%, pelas minhas contas).
Muitos de vocês me perguntam onde vai parar. Não sei. Mas estou lendo, entre os especialistas em câmbio, preocupações cada vez mais constantes com os R$ 4. Porque nessa hora, vem junto um efeito psicológico daqueles, sabe?
Mas convém deixarmos isso pra depois e nos entristecermos, por ora, com – puxa vida – aumento de quase 44% só neste ano que, ao que parece, a gente vai querer esquecer.
Outro recorde/Dilma: juros do cartão, mais altos em 21 anos
E depois tem gente que reclama do mensageiro, isto é, do jornalista, que não inventou os números (muito menos as pedaladas fiscais, que levaram a toda essa trapalhada). Os juros do cartão de crédito (rotativo, que você só evita se pagar a fatura inteirinha no vencimento) estão em estratosféricos 395% ao ano. Dá mais de 14% ao mês. Pra um IPCA (inflação oficial) que em agosto talvez dê 0,25. Muito mais de 40 vezes a inflação. Um escândalo.
Dólar mais alto em 13 anos
A decepção é tanta, que pessoas e empresas mostram cada vez menos interesse em ficar com nossa moeda, o real. Resultado: disputado, o dólar fechou hoje no maior valor em 13 anos. R$ 3,68, mas não no seu, no meu, no nosso mercado d câmbio. Essa é a cotação do atacado, para os exportadores. Com sorte,quem comprou dólar turismo hoje pagou R$3,90. Mas não faltam depoimentos de quem viu por R$ 4,00 ou até um pouco mais.
E o dólar, hein? Dá até medo de atualizar
Dólar oficial . Quando Dilma assumiu, valia 1,6662. Em 24/8/15: 3,5494. Alta de 113%. Minto: só enquanto digitava aqui, o dólar subiu mais. Para 3,5875 no começo da tarde de 25/8. Dá alta de 115% nos 4 anos , 7 meses e 24 dias do governo Dilma Rousseff. Mas nada como verificar fechamentos à noite. Na verdade, fechou acima de R$ 3,60. Aumento de 116%. Adeus Real, moeda forte.
Do esfacelamento de uma grande multinacional
Do esfacelamento de uma grande multinacional.
Petrobras PN : caiu 71% desde que Dilma tomou posse. Quando ela assumiu, em janeiro de 2011, ações valiam R$ 27,29.
Hoje, 25 de agosto, fecharam em R$ 7,90.
Inveja
Litro da gasolina em São Paulo: R$3,10 ( preço médio segundo a agência nacional de petróleo).
Litro da gasolina em Nova York: R$ 2,46, com tendência muito firme de cair para (o equivalente a) R$ 2,10 antes do fim do ano).
Cálculo com base no dólar, que é negociado por R$3,5875, maior valor em mais de 12 anos.